segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Eu, em modo stand-by

A Humanidade surpreende-me! 
Dizem que estamos cada vez mais desenvolvidos; que as famílias de hoje têm condições surpreendentemente melhores que as famílias dos nossos avós; nas parangonas dos jornais lê-se "Novas vacinas, fármacos mais eficazes e com menos efeitos secundários, tecnologias inovadoras, técnicas cirúrgicas que vão ficar na história" e ainda assim, olho à minha volta, e o que vejo está longe de ser um mundo perfeito.
Mulheres que desrespeitam maridos, maridos que desrespeitam mulheres; filhos que não respeitam pais, pais que não respeitam filhos; idosos deixados ao abandono em hospitais e lares de 3ª idade; crianças que choram ausências e faltas de afeto.
Estas conversas de café põe-me doente! Enfim, é de mim ou o mundo está virado do avesso?!

"Mãeeeee... lexzionei-me!"

Eu sabia que este dia havia de chegar. Confesso que estive sempre dividida em fazer-lhe a vontade (enorme) e mostrar-lhe outras opções. Quando me decidia por uma das duas, a outra metade da balança pesava e fui vivendo entre esta discussão quase pacífica entre o lado anjinho de mim e o lado diabinho.
Até que há duas semanas o momento, tão aguardado por ele e tão adiado por mim, chegou.
GOOOOOOOOLO!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

E a Chanel vai para...

Não tenho perfil para heroína, e confesso os filmes dos super heróis nunca foram os meus preferidos. Obviamente conheço alguns que me preencheram as tardes de sábado ou domingo de sofá e manta, mas nunca fui aficcionada por esse conceito de ser humano que tem super poderes (nada naturais) e que, se for um dos bonzinhos, os aplica a salvar o mundo e arredores, se for um dos vilões, os aplica a fazer precisamente o contrário. 
E já que hoje me deu para pensar sobre estas coisas (sem importância nenhuma, estou certa para a maioria) importa referir ainda outra ideia que me desagrada ainda mais. Na tela, como na vida real, por trás de um bom herói tem que estar sempre um maléfico vilão, cujos papéis secundários não se comparam ao seu papel principal: ajudar a destacar as boas práticas do primeiro.
Por isso aqui em casa - contra rumores, factos e argumentos -, não habitam nem super heróis nem super heroínas, apenas pessoas de "carne e osso", com dias bons e dias maus, que se esforçam para praticar o bem (o seu e o dos outros) mas que também têm os seus momentos menos bons (em que apetece mandar tudo e todos à fava e ver se entre mortos e feridos alguém escapa).
Meus queridos, capa de heroína não tenho e nunca tive, a não ser nas histórias aos quadradinhos, que se guardadas tivessem sido cheirariam com certeza a mofo. Já uma carteira Chanel era muito bem vinda ao meu closet e faria uma figuraça com o meu outfit.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Ano novo, escola nova

E tudo acaba bem quando começa bem! 
Em 24 horas já tiveste tempo para novas amizades, para seres recebida com alegria e emoção, para partilhares tudo isto com a mãe e com o pai que, de surpresa, não quis deixar de partilhar contigo este grande momento.
"Nunca é tarde para ter um novo objetivo ou sonhar um sonho novo", Lewis.
Que traces os teus objetivos, recuperes os pedaços dos teus sonhos e cries com a delicadeza, alegria e entusiasmo que em ti reconheço, um novo sonho - mais bonito, à tua medida, capaz de mostrar-te o ser especial que és.
Amo-te. Bom ano!

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

E já sou quase crescido, mamã!

Mais uma etapa na tua vida querido filho. 
Parece que foi ontem que entrei no Hospital de S. João ansiosa por conhecer-te e sair contigo nos braços, e reparo agora que o tempo voou. Cresceste filho, e coube-me hoje, depois de há seis anos o ter feito com a tua irmã, levar-te pela primeira vez para escola para "socializares".
Estes anos em casa da avó foram anos de ouro pequeno príncipe, hás-de recordá-los com carinho para sempre. Hás-de sentir saudades dos abraços, dos beijinhos, do colinho carinhoso, dos lanchinhos preparados com amor e dos soninhos desfrutados ao som de uma história do antigamente. 
Estou certa de que esta avó terá para sempre um lugar especial no teu coração e na tua vida. Não esqueças: ontem foste tu a procurar o seu colo, o seu abraço e o seu mimo; amanhã recebe-a de coração aberto quando ela procurar a tua mão, o teu mimo e o teu abraço.
Foste um herói querido filho! Deixei-te à porta de uma sala que já foi minha, com uma senhora de cara simpática e sorridente, que te recebeu de olhos arregalados como quem recebe um presente especial. 
Com relutância ficaste sem um choro ou um ai. Relembrei-te a história que te fez dormir na noite passada. Colocando a tua pequena mão do lado esquerdo do teu peito guardei-me no lugar mais especial de ti, para sempre que o miminho chegue, a saudade aperte e a vontade de ir para casa seja crescente, e a tua perspicácia fez-te entender que apesar de te virar as costas e ir, um pedaço de mim fica sempre contigo.
De facto, a professora Isabel está longe de perceber o quão especial és tu, meu presente divino. O tempo mostrar-lhe-á a ternura, a meiguice, a boa disposição, que lhe confio todos os dias de coração apertado.
Amo-te filho.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Declaro-te uma "Super Heroína"

Hoje não me apetece falar-te, nem abraçar-te, nem tão pouco ouvir a tua voz. Estou triste! Cansada com a vida, cansada contigo mas não de ti!
Continuo a amar-te, mais do que aquele primeiro dia em que te vi e dos meus braços não saíste mais. Cresceste! Contigo cresceu este amor mas também as preocupações, e confesso nunca pensei que crescessem tanto (de forma galopante nos últimos três anos).
Sei que me amas, da mesma forma intensa e mimalha que te amo. Sei que sou "chata, má, egoísta, injusta", e uma grande quantidade de adjetivos nada simpáticos aos meus ouvidos e tão saborosos à tua boca.
É provável que tenhas razão! De facto, poderei ser algumas vezes isso tudo, e muito mais, estou certa que sim! Mas sabes filha, não consigo ouvir-te dizer nem mais uma vez que não és capaz! Que não consegues! 
Não consigo compreender que refiles e te insurjas de forma estridente sobre algo com que não concordas, num tom de má criação, e dois minutos depois chores descontroladamente entre um misto de cordeiro e lobo mau.
Oh querida filha, acima de tudo gostava que fosses capaz de, com humildade, olhar a vida que tens e ser agradecida.
Estarei apenas cansada como dizes!? Sem paciência após mas um dia esgotante!? É muito provável, mas mais uma vez deixei que me cortassem o pio! Desta vez permiti que fosses tu, uma pirralha de oito anos! 
Falei.... pedi que ouvisses!
Falaste... algumas das tuas verdades feriram-me! Ouvi-te!
Voltei a falar!
Choraste mais!
Sorrateiramente saí de cena e fechei a minha boca com um zipper.
Vim para casa sozinha. O colo da avó nestas alturas sabe ainda melhor. Olho o relógio. Passaram duas horas e continuo assim. Muda! Sem uma palavra dita de viva voz! Mil pensamentos invadem o meu cérebro, e uns tantos sentimentos confusos apertam o meu coração. Revolta?! Resignação?! Amor?! Saudade?! Loucura?! 
Aqui. Agora. Espero apenas o descer do pano, aguardando as cenas do próximo episódio, ou apenas o romper de um novo dia! 
Marteladas contínuas na minha cabeça não me deixam dormir, e se por um lado o meu corpo se entrega a uma preguiça quase mórbida, por outro o meu cérebro não se cansa de repetir as verdades que tu não sabes.
És muito mais do que aquilo que imaginas minha filha! Não fazes ideia no orgulho que tenho na criança solidária, preocupada com o próximo, carinhosa e meiga, em que te tornaste. És um exemplo de boa amiga, neta amorosa, filha preocupada e atenta, e aluna responsável, só preciso que não desistas de ti, entendes? Que não desistas de fazer voar os teus sonhos, mesmo que um vento forte ou uma tempestade insista em os derrubar. Só preciso que te levantes após cada queda não calculada e não receies a próxima queda (mesmo que te esfole os joelhos ou os cotovelos). Só preciso que confies em mim, para te apoiar, para te ouvir, para te abraçar, para te proteger... 
Não me subestimes Leonor, mas acima de tudo não te subestimes! És poderosa! Mais do que imaginas! És brilhante, juro filha! Será dessa capa invisível de "Super Heroína"?
Não receies partilhar comigo as tuas alegrias (ou tristezas), os teus sucessos (ou insucessos). Ao teu lado estarei sempre. Na tua vida serei uma estrela mas serás tu, a mais brilhante das estrelas no palco da tua vida! 
Amo-te!
Ps. afinal a bicicleta "grande" é apenas uma bicicleta. E mais um desafio vencido e um medo ultrapassado. És o meu orgulho!

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Oh tempo volta pra trás!

Há pelo menos 5 anos (se não mais) que não fazíamos férias em junho, o nosso mês de eleição desde sempre.
Este ano, por força das circunstâncias profissionais (as tuas) e parentais (as nossas) fomos obrigados a pensar seriamente no assunto (grande sacrifício!). E, não sendo novidade para nós, conseguimos o mesmo de sempre, com extrema qualidade, com muito menos confusão que as habituais férias no mês de agosto e a um preço muito mais simpático.
Os miúdos adoraram esta pausa a meio do ano. A M. até justificou o feliz acontecimento com o facto de ter entrado de férias no preciso dia em que metemos pés ao caminho rumo ao sul. E eu, bom, não precisei de justificação alguma para parar uma semana e fazer as férias tão merecidas. Trancar a sete chaves, ainda que por uma semana apenas, azáfamas, preocupações, penas e lamentos... e, apenas, viver! Respirar bom ar! Buscar energia à energia do sol!
Foram boas as nossas férias e como sempre souberam a pouco, e hoje, em pleno agosto - altura em que estaria de férias em terras algarvias -, já as recordo com melancolia e saudade. E tenho mais do que motivos! Não é que há mais de 35 anos que a água do mar não estava tão quente?! Sacrilégio! A vontade era mesmo voltar e ficar por lá até não poder mais!
Foi uma semana que passou a seu ritmo. Sentimos que estávamos de férias. Sem pressas, sem atropelos, respeitando as vontades divergentes. Uma semana de muita brincadeira, de grandes conquistas, de mergulhos intermináveis e de encontros que irão permanecer.
Mas, bom, enfim, como diz o ditado "o que não se pode, se excusa"! Acabamos também por aproveitar uma semana e uns dias em agosto para passear, ir à praia, viver a quatro, saborear demorados almoços e deliciosos petiscos (a balança não engana), estar com as pessoas de sempre - os que nos dizem tanto mesmo privando menos do que gostaríamos. 
Aproveitar a minha cidade tão linda. A cidade "fashion" em que o Porto se transformou. Com ruas fantasticamente restauradas, novas lojas - gírissimas!, uma imagem cada vez mais atual mas sempre atenta ao que nos distingue e torna únicos. Uma cidade com um ritmo que até a nós portuenses nos surpreende e inspira. Um Porto renovado que nos enche de orgulho!
Tivemos ainda tempo para aproveitar uma cidade que adoro por honrar tradições e oferecê-las como herança com vaidade. Viana do Castelo, cidade namoradeira que nos lenços põe o coração, cidade da mordomia de coração ao peito e de ruas vestidas a preceito.
Umas férias onde não faltou diversidade.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Dia de aniversário num passeio pela Linha 1

E já fizeste 40!
Não doeu nada! Bem pior a vacina do tétano, diz lá?!
Quase sem dares por isso e mais um ano se passou.
Deixa-me olhar para ti... já com 40 anos!!! Sim senhor, estás um senhor crescido! Homem feito, de barba rija, sem brancas no cabelo... um "cota enxuto" como estou certa dirão algumas das tuas amigas. Contrariamente a elas, sou cada vez menos de palavras. Tenho pena! 
Sempre gostei mais de palavras do que de números, da riqueza da sua subjetividade e ao mesmo tempo da beleza da sua transparência. Se no passado me dissessem que com facilidade me cortariam o pio negaria a pés juntos. Bom, mais uma daquelas verdades absolutas invisíveis aos 20 e engolidas com um bom copo de água com "Reni" aos 40. Talvez porque também eu estou perto desse número redondo, ria facilmente de tal inocência. Foi bom ter 20 anos, mas que ingénuos nós somos aos 20! De facto, é preferível multiplicar o número por 2 e ganhar sabedoria.

Nesse dia, tão recente no calendário e já tão longínquo nas nossas vidas, um dia quente de verão, não te escrevi nenhuma declaração de amor, nem forcei o abraço lamechas de "por favor não me deixes mais" que sempre evitamos. Planeei com os nossos filhos um dia que te mostra-se que nos fazes falta, que a quatro tudo tem mais cor, mais sabor, faz mais sentido... e que, afinal, mesmo que contes mais um ano de vida a nossa vida está ainda a meio caminho.
Miúdo, apanha mas é a carruagem e não nos deixes pendurados na próxima estação. You get it?!

domingo, 10 de julho de 2016

O dia em que o relógio parou

Eles crescem à medida que o tempo passa. Duplamente orgulhosa, depois do nervoso miudinho de quem nada receia e tudo espera, a vontade crescente de que o relógio pare e eu, finalmente, possa respirar de alívio. 
Adiei por uns breves meses esta maratona contra o tempo. Vou vê-lo correr mas por breves instantes pouco me importa que corra depressa demais e me faça uma finta desonesta! 
O palco começa a tomar forma. Vejo-os entrar e a cada passo que dão sinto que cresceram, que são cada vez menos meus e mais do mundo!
Foi um ano difícil, para eles, para mim, demasiado! Ritmado por correrias contra o tempo, na tentativa frustrada de conseguir o impossível ou ter que viver algumas vezes um sentimento frustrado de falhanço. 
O relógio foi sempre o nosso pior inimigo. Constantemente vencida por filas de trânsito em hora de ponta, senti-me muitas vezes perto do limite. Pessoas especiais foram muitas vezes a minha única chance. A essas sei que não devo nada, nem um simples obrigada. Fizeram-no por mim, por um amor que não se explica por palavras que se sente de forma naturalmente bela, desprovido de vaidades e boas maneiras.
Em cada audição, concerto ou elogio senti que parte de mim também conseguiu. E foi duro! Contrariar a vossa vontade de desistir e a minha vontade de apagar e fazer reset, de apenas esperar pelo amanhã, por um novo dia.
Conseguiram meus queridos filhos! Ultrapassaram desafios, venceram medos e alcançaram conquistas e, hoje, de olhos emocionados de orgulho, deixei que o tempo parasse! O único tic-tac que se ouvia, desenfreado e nervoso, e que ecoava ao som dos vossos violinos, foi o do meu coração que bateu forte de emoção e orgulho. 
As borboletas alojadas na minha barriga voaram bem alto e serpentearam as paredes deste auditório onde me sinto em casa. Nunca o vi tão brilhante, tão colorido! 
Agora todas as vezes que nele entrar, de sabrina ou salto alto agulha, na descontração de um festa de natal repleta de sorrisos meninos ou no peso protocolar de um qualquer cortejo académico, um pedaço de vós vai estar aqui comigo, capaz de lembrar-me que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena".
 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Eu, a beta protocolar!

Fazes-me falta! Não de vez em quando, não apenas nas noites frias de inverno ou nos fins-de-semana soalheiros em que apetece passear à beira mar com os miúdos e em boa companhia. Fazes-me falta todos os dias... de dia, de noite, com dias de chuva ou dias de sol. Fazes-me falta porque o que temos não é pequeno, tem a nossa medida e construímos com dedicação e amor. 
Hoje, passados quase três anos da nossa decisão, de buscares longe de nós uma vida melhor, continuam a perguntar-me se já me habituei à ideia de viver sem ti todos os dias... a minha resposta é exatamente a mesma, como posso habituar-me a viver longe de quem me completa?!
Calculo o que te custa a ti estar longe de nós, mas sei efetivamente o que me custa a mim viver longe de ti e resumir este amor que ainda hoje dura, após quase 12 anos de casados, a um fim-de-semana prolongado por mês. É pouco!
Desejo-te todos os dias, deitado a meu lado na nossa cama. Os meus silêncios são muitas vezes o meu refúgio receando falar mais do que devo e contribuir para que a dor seja maior. 
Desejo partilhar contigo as minhas penas, os meus dilemas, as lágrimas que secaram de mim há tanto tempo.
Desejo partilhar contigo o chocolate quente, as conversas de fim de dia, até a melhor parte do bife que guardei no meu prato para comer no final.
Desejei que acompanhasses esta caminhada comigo há 12 anos atrás. Na altura não fazia para mim qualquer sentido fazê-la com outra pessoa, nem de outra maneira. Não imaginei nunca que a vida nos pregasse esta partida e nos fizesse caminhar a mesma caminhada mas separados geograficamente. Tudo se torna mais difícil assim! A vontade de continuar é muita... o esforço de não desiludir é maior... a esperança em dias melhores nem sempre existe... a vontade de desistir por vezes é a maior das minhas vontades.
Se tudo isto não o mostro, não o digo, não o revelo...
Se reprimo o abraço prolongado, o beijo revelador e as lágrimas de saudade, e como dizes "sou uma beta protocolar", só posso dizer-te que tenho de facto saudades da teenager que já fui! 
Esta versão beta é uma seca! Ossos do ofício, enfim!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Há luxos que não têm preço

Escrever é cada vez mais dar-me ao luxo de reservar tempo para mim. E o tempo para mim é cada vez mais escasso! 
Entre trabalho, escola, atividades dos miúdos, obrigações domésticas e obrigações familiares, pouco (ou nenhum) tempo sobra para o resto (o resto sou eu, diga-se!).
Encontro aqui - infelizmente cada vez mais raras vezes -, através das palavras que escrevo, um refúgio, uma forma ("a forma") de me sentir viva, de sentir que ainda por cá ando... lembrar-me por vezes que "penso, logo existo". Mas, de facto, a correria desenfreada em que se transformou a minha vida não permite dar-me a estes luxos - de escrevinhar sobre as minhas preocupações, obrigações, pretensões, e umas quantas outras palavras terminadas em ões.
E a vontade de escrever, contar, partilhar para que um dia possa ser recordado, acaba por não passar disso mesmo, de uma vontade... 
Esquecem-se as palavras porque há roupa para pôr a lavar; esquecem-se os episódios hilariantes e as histórias bizarras porque há miúdos a quem dar banho e pôr na cama; esquecem-se lamentos, saudades... poupam-se queixumes, lágrimas e até retórica porque, afinal, ao corpo devo fazer a vontade e descansar. É o que ele mais precisa. 
Vou dar-me ao luxo de viver um dia de cada vez. Boa noite!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

As dificuldades de uma mãe que conta até 3

Os dias passam... passam-se meses... e é crescente a dificuldade de alimentar este meu refúgio, de proporcionar a mim mesmo o gozo de refletir sobre os nossos dias; de dar-me ao luxo de reviver as nossas histórias com um já saudoso sorriso nos lábios ou uma lágrima de arrependimento no canto do olho; de aliviar as minhas tensões apenas com a força das palavras; de escrever sobre os meus medos que, afinal, não têm o tamanho da cabeça de um alfinete; de apenas recordar que sou uma felizarda e recusar-me a pensar o contrário, pois seria birra de menina mimada e de um egoísmo imperdoável.
Tenho a certeza que neste cantinho, tão meu - que farei questão de um dia partilhar com eles (os meus amores pequeninos)-, alimento o maior tesouro que lhes poderei deixar - MEMÓRIAS. De uma vida com dias muito felizes, e dias por vezes muito tristes. De pessoas normais (NÓS) que riem e choram, que se desesperam e tanto se divertem, que tanto valorizam o chá das cinco no Magestic como a sandes de porco no "Guedes".
A minha vida não é cor-de-rosa (se repararmos nem a história de vida das princesas da Disney o é). De facto, desde que diariamente o número 3 começou a fazer parte das nossas vidas (em vez do 4 que é um número mais confortável), e após 2 anos e meio, deixei de conseguir defini-la apenas com uma cor. A minha vida é um arco-íris em forma de montanha russa. Tentem recriar a imagem e tirem conclusões, no final, se alguém 
estiver enjoado é pura coincidência! Afinal, já diz o ditado: "Entre mortos e feridos alguém há-de escapar!".